sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Teoria do conhecimento em Kant

Na “Crítica da Razão Pura” Kant traça os limites em que, a seu ver, se deve exercer a razão especulativa do homem. O ser humano, para o filósofo, seria incapaz de atingir as verdades de ordem metafísica. Neste livro procedeu à análise do conhecimento para determinar os limites das faculdades cognoscitivas, concluindo que o “noumenon”, isto é, a realidade das coisas que estão fora de nós, é inteiramente inacessível à nossa inteligência; acessíveis nos são apenas os “fenômenos” – as aparências sob que essas coisas se apresentam ao nosso espírito; donde a condenação da metafísica propriamente dita ou conhecimento dos seres em si.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Above time

O tempo seria uma construção ou elaboração do espírito, sem existência fora dele (Sto. Agostinho) ou uma apreensão empírica regular de relações causais de antes e depois (Hume) ou uma intuição pura do espírito (Kant).
O que pretendemos com esta análise é evidenciar uma forma clássica de conceber o tempo como elaboração realizada pelo sujeito (subjetiva)...
continue lendo em http://www.scielo.br/pdf/icse/v8n15/a03v8n15.pdf

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Filosofia da ciência II

O indutivismo ingênuo que descrevi é ingênuo demais para que filósofos lidem compassivamente com ele. Uma das tentativas clássicas mais sofisticadas para sistematizar o raciocínio indutivo é a de John Stuart Mill, A System of Logic (Londres: Longman, 1961). Um excelente sumário simples de visões mais modernas é The Foundations of Scientïfic
Inference, de Wesley C. Salmon (Pittsburgh: Pittsburgh University Press, 1975). A extensão na qual os filósofos indutivistas estão preocupados com as bases empíricas do conhecimento e sua origem na percepção dos sentidos é bastante evidente em The Foundations of Empirical Knowledge, de A. J.Ayer (Londres: Macmillan, 1955). Uma boa descrição e discussão simples das posições tradicionais sobre a percepção dos sentidos é Perception: Facts and Theories, de C. W. K. Mundle (Oxford: Oxford University Press,1971). Para uma visão desse ramo especifico de indutivismo, eu sugiro duas coleções:
Logical Positivism, editada por A. J. Ayer (Glencoe: Free Press, 1959) e The Philosophy of Rudolf Carnap, editada por P. A. Schilpp (La Salle, Illinois: Open Court, 1963). A extensão na qual o programa indutivista se tornou um programa altamente técnico é evidente em Logical Foundations of Probability, de R. Carnap (Chicago: University of Chicago Press, 1962).

O que é ciência afinal? A.F. Chalmers

Filosofia da ciência

O filósofo Francis Bacon e muitos de seus contemporâneos sintetizaram a atitude científica da época ao insistirem que, se quisermos compreender a natureza, devemos consultar a natureza e não os escritos de Aristóteles. As forças progressivas do século XVII chegaram a ver como um erro a preocupação dos filósofos naturais medievais com as obras dos antigos – especialmente de Aristóteles – e também com a Bíblia, como as fontes do conhecimento científico. Estimulados pelos sucessos dos “grandes experimentadores”, como Galileu, eles começaram cada vez mais a ver a experiência como fonte de conhecimento.


O que é ciência afinal? A.F. Chalmers

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O filósofo e o ignorante

O mero filósofo é geralmente uma personalidade pouco admissível no mundo, pois supõe-
se que ele em nada contribui para o benefício ou para o prazer da sociedade, porquanto vive
distante de toda comunicação com os homens e envolto em princípios e noções igualmente
distantes de sua compreensão. Por outro lado, o mero ignorante é ainda mais desprezado, pois, não há sinal mais seguro de um espírito grosseiro, numa época e uma nação em que as ciências florescem, do que permanecer inteiramente destituído de toda espécie de gosto por estes nobres entretenimentos.
(David Hume)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A linguagem

"Que a linguagem seja para o pensamento o que o corpo é para a alma, como o quer Descartes, as palavras ainda são, essencialmente, instrumentos do conhecimento. Os instrumentos são, muitas vezes, pesados, e o peso das palavras, da carne do pensamento, pode também tornar-se um obstáculo: as palavras podem "parar o espírito", os termos da "linguagem ordinária" são, muitas vezes, ocasião para erros, como quando "dizemos que vemos a própria cera". Mas, mesmo pertencendo à natureza do corpo e da imaginação, mesmo fazendo obstáculo à lucidez do entendimento, a linguagem nunca é impura em si e pode sempre apagar-se para dar lugar à evidência do pensamento."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Na perspectiva do filósofo David Hume, a questão geral sobre a existência de Deus, juntamente com todas as outras questões metafísicas últimas desse tipo, é impossível de ser decidida, já que ela diz respeito a algo que está totalmente fora do alcance do entendimento humano. É por isso que sua oposição ao ateísmo dogmático não é menos enfática do que sua oposição às afirmações dogmáticas da existência de Deus. Hume assume uma postura agnóstica nestas questões religiosas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Maiêutica socrática

"A maiêutica socrática ocupa até hoje um lugar incontestável na reflexão filosófica sobre métodos de ensino, uma vez que responde, de uma perspectiva platônica e mesmo neoplatônica, ao paradoxo do conhecimento colocado pelos sofistas : como é possível conhecermos algo do qual não sabemos nada? Para esses professores itinerantes, não haveria um conhecimento absoluto a ser transmitido, todo o saber possível se reduz a meras opiniões refutáveis por hábeis argumentos."

 www.ufpel.tche.br/gt17/GT173043.doc

sábado, 16 de janeiro de 2010

O grande mal que assola a humanidade: a Hipocrisia




A Hipocrisia do Ser


Para que servem esses píncaros elevados da filosofia, em cima dos quais nenhum ser humano se pode colocar, e essas regras que excedem a nossa prática e as nossas forças? Vejo frequentes vezes proporem-nos modelos de vida que nem quem os propõe nem os seus auditores têm alguma esperança de seguir ou, o que é pior, desejo de o fazer. Da mesma folha de papel onde acabou de escrever uma sentença de condenação de um adultério, o juiz rasga um pedaço para enviar um bilhetinho amoroso à mulher de um colega. Aquela com quem acabais de ilicitamente dar uma cambalhota, pouco depois e na vossa própria presença, bradará contra uma similar transgressão de uma sua amiga com mais severidade que o faria Pórcia.



E há quem condene homens à morte por crimes que nem sequer considera transgressões. Quando jovem, vi um gentil-homem apresentar ao povo, com uma mão, versos de notável beleza e licenciosidade, e com outra, a mais belicosa reforma teológica de que o mundo, de há muito àquela parte, teve notícia.


Assim vão os homens. Deixa-se que as leis e os preceitos sigam o seu caminho: nós tomamos outro, não só por desregramento de costumes, mas também frequentemente por termos opiniões e juízos que lhes são contrários.





Michel de Montaigne, in 'Ensaios - Da Vaidade'