quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O problema fundamental da filosofia


Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, aparece em seguida. São simples jogos. É preciso,antes de tudo, responder. E se é verdade, como pretende Nietzsche, que um filósofo, para ser confiável, deve pregar com o exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, já que ela vai preceder o gesto definitivo. Estão aí as evidências que são sensíveis para o coração, mas é preciso aprofundar para torná-las claras à inteligência. Se me pergunto em que julgar se uma questão é mais urgente do que outra, respondo que é com ações a que ela induz. Eu nunca vi ninguém morrer pelo argumento ontológico.Galileu, que detinha uma verdade científica importante, abjurou-a com a maior facilidade desse mundo quando ela lhe pôs a vida em perigo. Em um certo sentido, ele fez bem. Essa verdade não valia a fogueira. Se é a Terra ou o Sol que gira em torno um do outro é algo profundamente irrelevante.

Resumindo as coisas, é um problema fútil. Em compensação, vejo que muitas pessoas morrem por achar que a vida não vale a pena ser vivida. Vejo outras que paradoxalmente se fazem matar pelas idéias ou as ilusões que lhes proporcionam uma razão de viver (o que se chama uma razão de viver é, ao mesmo tempo, uma excelente razão para morrer). Julgo, portanto, que o sentido da vida é a questão mais decisiva de todas. E como responder a isso?


(Albert Camus)


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Platão na Universidade Federal de Uberlândia


A Sociedade Brasileira de Platonistas (SBP) e o Grupo Archai: as origens do pensamento ocidental promovem, mais uma vez em conjunto, a próxima edição dos seus encontros internacionais, ambos já consolidados no calendário científico brasileiro: o X Simpósio Internacional da SBP e o VI Seminário Internacional Archai, com o tema A República de Platão.

O evento – que contará com a presença de alguns dos mais destacados estudiosos em nível internacional e nacional – será, pela primeira vez, realizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU): um expressivo passo rumo à descentralização dos grandes eventos científicos relacionados à História da Filosofia Antiga no Brasil e uma iniciativa que busca interligar, numa grande rede de colaboração e intercâmbio científico, o interior de Minas Gerais a diversos centros de pesquisa brasileiros e estrangeiros dedicados àquele momento da História do pensamento filosófico.

O tema escolhido para o Simpósio evidencia e reforça a importância estratégica da ocasião para os estudos platônicos: “A República de Platão”, obra por muitos considerada a mais importante do filósofo ateniense e uma das obras de maior impacto cultural em toda a história da cultura ocidental; uma parte central do seu corpus escrito na qual convergem os mais variados temas, numa síntese magistral cuja construção define, de modo emblemático, o extraordinário poder especulativo e a atividade de escritor de Platão.

É preciso destacar, por fim, que o evento servirá como preparação aos estudiosos brasileiros que planejam a formação de um grupo de trabalho que representará o país no próximo Simpósio da International Plato Society (IPS) – da qual a SBP é membro institucional –, em Tokyo (Japão), no ano de 2010.

A República de Platão
25 a 28 de Agosto de 2009
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Auditório 3Q – Campus Santa Mônica
Uberlândia - MG
(Brasil)


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Epistemologia


Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, conhecimento; λόγος, logos, discurso) é um ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à crença e ao conhecimento.
A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). Ela se relaciona ainda com a metafísica, a lógica e o empirismo, uma vez que avalia a consistência lógica da teoria e sua coesão fatual, sendo assim a principal dentre as vertentes da filosofia (é considerada a "corregedoria" da ciência). Sua problematização compreende a questão da possibilidade do conhecimento: será que o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre uma resposta dogmática ou empirista? Outra questão abrange os limites do conhecimento: haverá realmente a distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?

E finalmente, a questão sobre a origem do conhecimento: por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori?
Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a apostasia da ciência de seu verdadeiro sentido e sua aproximação à outras formas de aprendizado com estruturas ilógicas e irracionais: o senso comum, a filosofia e a ciência, no mais das vezes, dão um caráter universal ao contingente, tornando-o dogmático. Assim, a ciência, que sempre julgou-se detentora única do saber, vê-se inserida em seu coexistente princípio de contradição.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Filosofar é viver!


“Que o jovem não espere para filosofar, nem o velho de filosofar se canse. Ninguém, com efeito, é ainda imaturo, ou já está demasiado maduro para cuidar da saúde da alma. Quem diz não ter ainda chegado sua hora de filosofar ou já ter ela passado, fala como quem diz não ter ainda chegado ou já ter passado a hora de ser feliz.”
( Epicuro )
Vale lembrar que a filosofia surgiu há mais de 2500 anos na antiga Grécia, em um determinado momento histórico, quando o homem já não mais se contentava com as antigas explicações mitológicas herdadas de seus antepassados e difundidas por meio da tradição e do medo entre os seus. A busca por respostas às suas perguntas perante o desconhecido, inicialmente identificado pela natureza e seus fenômenos, gerou a inquietação necessária para o desenvolvimento do seu livre pensar e criou o campo propício para que o ser humano pudesse buscar respostas às perguntas essenciais da existência, tais como: de onde viemos? para onde vamos? e por que estamos aqui?
Filosofar é viver! Caso contrário você estará dormindo ou vivendo no plano do inconsciente.

sábado, 10 de maio de 2008



"As idéias governam o mundo."

domingo, 14 de outubro de 2007

Sócrates e a filosofia

A Filosofia é o exercício de morrer e estar morto, ou seja, é o esforço da alma em abstrair-se o mais possível do corpo que é visto como um cárcere, como tal, um filtro ao verdadeiro conhecimento. Sócrates afirma que durante a sua existência, a sua alma se afastou de tudo quanto era material e fazia parte do senso comum, ou seja do Mundo Sensível. Sendo assim, ele tinha um lugar assegurado no Hades onde repousam todas as almas que conseguiram a purificação. No diálogo Fédon de Platão, Sócrates argumenta sobre a imortalidade da alma e seu destino na busca do conhecimento pleno.