quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Maiêutica socrática

"A maiêutica socrática ocupa até hoje um lugar incontestável na reflexão filosófica sobre métodos de ensino, uma vez que responde, de uma perspectiva platônica e mesmo neoplatônica, ao paradoxo do conhecimento colocado pelos sofistas : como é possível conhecermos algo do qual não sabemos nada? Para esses professores itinerantes, não haveria um conhecimento absoluto a ser transmitido, todo o saber possível se reduz a meras opiniões refutáveis por hábeis argumentos."

 www.ufpel.tche.br/gt17/GT173043.doc

sábado, 16 de janeiro de 2010

O grande mal que assola a humanidade: a Hipocrisia




A Hipocrisia do Ser


Para que servem esses píncaros elevados da filosofia, em cima dos quais nenhum ser humano se pode colocar, e essas regras que excedem a nossa prática e as nossas forças? Vejo frequentes vezes proporem-nos modelos de vida que nem quem os propõe nem os seus auditores têm alguma esperança de seguir ou, o que é pior, desejo de o fazer. Da mesma folha de papel onde acabou de escrever uma sentença de condenação de um adultério, o juiz rasga um pedaço para enviar um bilhetinho amoroso à mulher de um colega. Aquela com quem acabais de ilicitamente dar uma cambalhota, pouco depois e na vossa própria presença, bradará contra uma similar transgressão de uma sua amiga com mais severidade que o faria Pórcia.



E há quem condene homens à morte por crimes que nem sequer considera transgressões. Quando jovem, vi um gentil-homem apresentar ao povo, com uma mão, versos de notável beleza e licenciosidade, e com outra, a mais belicosa reforma teológica de que o mundo, de há muito àquela parte, teve notícia.


Assim vão os homens. Deixa-se que as leis e os preceitos sigam o seu caminho: nós tomamos outro, não só por desregramento de costumes, mas também frequentemente por termos opiniões e juízos que lhes são contrários.





Michel de Montaigne, in 'Ensaios - Da Vaidade'

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Filosofia é a minha religião.

O fundamento de toda e qualquer religião é a fé.

Eu tenho fé na Filosofia.

A desconstrução religiosa



"Para reconciliar com a religião esta contradição da prática, esta APOSTASIA da religião, para a dissimular, recorre-se à tradição ou à modificação do antigo livro da lei. Assim os judeus. Os cristãos conseguem dar às suas escrituras sagradas um sentido radicalmente contraposto a esses textos."


Princípios da filosofia do futuro de Ludwig Feuerbach

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O problema fundamental da filosofia


Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, aparece em seguida. São simples jogos. É preciso,antes de tudo, responder. E se é verdade, como pretende Nietzsche, que um filósofo, para ser confiável, deve pregar com o exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, já que ela vai preceder o gesto definitivo. Estão aí as evidências que são sensíveis para o coração, mas é preciso aprofundar para torná-las claras à inteligência. Se me pergunto em que julgar se uma questão é mais urgente do que outra, respondo que é com ações a que ela induz. Eu nunca vi ninguém morrer pelo argumento ontológico.Galileu, que detinha uma verdade científica importante, abjurou-a com a maior facilidade desse mundo quando ela lhe pôs a vida em perigo. Em um certo sentido, ele fez bem. Essa verdade não valia a fogueira. Se é a Terra ou o Sol que gira em torno um do outro é algo profundamente irrelevante.

Resumindo as coisas, é um problema fútil. Em compensação, vejo que muitas pessoas morrem por achar que a vida não vale a pena ser vivida. Vejo outras que paradoxalmente se fazem matar pelas idéias ou as ilusões que lhes proporcionam uma razão de viver (o que se chama uma razão de viver é, ao mesmo tempo, uma excelente razão para morrer). Julgo, portanto, que o sentido da vida é a questão mais decisiva de todas. E como responder a isso?


(Albert Camus)


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Platão na Universidade Federal de Uberlândia


A Sociedade Brasileira de Platonistas (SBP) e o Grupo Archai: as origens do pensamento ocidental promovem, mais uma vez em conjunto, a próxima edição dos seus encontros internacionais, ambos já consolidados no calendário científico brasileiro: o X Simpósio Internacional da SBP e o VI Seminário Internacional Archai, com o tema A República de Platão.

O evento – que contará com a presença de alguns dos mais destacados estudiosos em nível internacional e nacional – será, pela primeira vez, realizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU): um expressivo passo rumo à descentralização dos grandes eventos científicos relacionados à História da Filosofia Antiga no Brasil e uma iniciativa que busca interligar, numa grande rede de colaboração e intercâmbio científico, o interior de Minas Gerais a diversos centros de pesquisa brasileiros e estrangeiros dedicados àquele momento da História do pensamento filosófico.

O tema escolhido para o Simpósio evidencia e reforça a importância estratégica da ocasião para os estudos platônicos: “A República de Platão”, obra por muitos considerada a mais importante do filósofo ateniense e uma das obras de maior impacto cultural em toda a história da cultura ocidental; uma parte central do seu corpus escrito na qual convergem os mais variados temas, numa síntese magistral cuja construção define, de modo emblemático, o extraordinário poder especulativo e a atividade de escritor de Platão.

É preciso destacar, por fim, que o evento servirá como preparação aos estudiosos brasileiros que planejam a formação de um grupo de trabalho que representará o país no próximo Simpósio da International Plato Society (IPS) – da qual a SBP é membro institucional –, em Tokyo (Japão), no ano de 2010.

A República de Platão
25 a 28 de Agosto de 2009
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Auditório 3Q – Campus Santa Mônica
Uberlândia - MG
(Brasil)


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Epistemologia


Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, conhecimento; λόγος, logos, discurso) é um ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à crença e ao conhecimento.
A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). Ela se relaciona ainda com a metafísica, a lógica e o empirismo, uma vez que avalia a consistência lógica da teoria e sua coesão fatual, sendo assim a principal dentre as vertentes da filosofia (é considerada a "corregedoria" da ciência). Sua problematização compreende a questão da possibilidade do conhecimento: será que o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre uma resposta dogmática ou empirista? Outra questão abrange os limites do conhecimento: haverá realmente a distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?

E finalmente, a questão sobre a origem do conhecimento: por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori?
Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a apostasia da ciência de seu verdadeiro sentido e sua aproximação à outras formas de aprendizado com estruturas ilógicas e irracionais: o senso comum, a filosofia e a ciência, no mais das vezes, dão um caráter universal ao contingente, tornando-o dogmático. Assim, a ciência, que sempre julgou-se detentora única do saber, vê-se inserida em seu coexistente princípio de contradição.